História: Cão salva seu dono, e dezenas de pessoas nos ataques às torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001.

— "Lealdade é uma vida de mão dupla, Se eu tenho a sua, você sempre terá a minha..."

No fatídico 11 de setembro de 2001, terça-feira - 05:00 da manhã, em algum lugar de Nova York...Sem dormir direito, jogado na cama, com muita luta, Michael abre os olhos!

"Imagina a preguiça do friozinho de 12ºC" Ele não consegue mover um dedo sequer, sabendo que está atrasado mas não levanta da cama, parece com alguém?

Logo cedo, acordou "pregado", mas recebe um bom dia caloroso da SUSY, abanando o rabo e se enroscando em suas pernas, gratuitamente, antes do nascer do sol...Michael se sente na obrigação de retribuir, o mais puro afeto, com básico: ração e água.

"dia útil, rotina, trânsito, stress... ja imaginava numa fração de segundos, antes de enfrentar 8 horas de expediente..."

...Toda terça era dia de levar a SUZY junto para o trabalho, sem perceber esse privilégio, nunca deu verdadeira importância pra isso, muito pelo contrário...Carregar o cachorro no metrô era difícil... porém SUZY sempre educada, nunca deu um latido sequer, e muitas vezes atraia a atenção e o carinho de pessoas alheias.

...algo estranho aconteceu...

Ao chegar no terminal, SUZY sempre obediente, relutou em sair do trem...Mas sem entender direito Michael, insistiu, ela obedeceu.

07:00 da manhã, após boa caminhada, a dupla chega na portaria do WORLD TRADE CENTER, para mais um dia de trabalho... Gerente de uma contabilidade, localizada na 78º andar da primeira torre, exato local onde Michael trabalhava.

 

Palavras do próprio Michael:

“Cheguei com SUZY, passei pelo corredor, dei bom dia para dona Lucy da limpeza, cumprimentei os vendedores, fui na cozinha, peguei meu café, cheguei na minha sala"...

Do nada!

"Escuto um estrondo impossível de ser descrito por palavras, seguido de um tremor muito forte que caiu tudo na minha sala… lembro do barulho das vidraças quebradas em sequência, e gritos, muitos gritos, e em seguida sirene de evacuação do prédio!"

"Eu peguei Suzy, junto com todos da empresa, 78º sem saber o que era…o desespero tomou conta do ambiente, SUZY se manteve calma em todo momento, não firmei sua guia para também não transmitir desespero pra ela, e fomos para as escadas..."

"A forma que pensei para saber se o “incêndio” se aproximava..."

"foi encostar nas portas de emergência de cada andar, sentindo o calor, e conforme descíamos a fumaça aumentava."

"Lembrei de outro ataque que aconteceu nesse prédio em 1992, que o terrorista chamado mohamed, tentou explodir 300 quilos de explosivo no estacionamento dessa mesma torre, houve caso de pessoas demorando até 4 horas para descer, porque não havia luz nas escadas de fuga. "

78º, 74º, 70º...

"Começamos a descer as escadas, Suzy sempre fria e eu também, desesperado porém não querendo passar esse sentimento, nem pra Suzy, nem para meus colegas de trabalho..."

"Como estávamos em um alto andar, descemos sem aglomeração, pelo menos 15 andares, de forma devagar, porém ainda com "poucas pessoas"."

65º, 60º, 59º...

"Lembro que no 60º andar, começou aglomerar muito, e de verdade não dava para se mexer, ali eu juro, pensei mesmo que não ia dar. "

"Nos organizamos, mantemos a calma e combinamos de continuar descendo, mesmo que devagar, porém manter o passo."

58º, 54º, 50º...

"muitas pessoas, lembro da umidade e do cheiro da fumaça, e conforme descíamos, aumentava o número de pessoas nas escadas, e diminuía o passo. Cada vez descíamos mais devagar, mais devagar… e essa agonia durou horas, somada ao meu medo das luzes apagarem e as pessoas pararem de descer.

As portas de segurança começaram a esquentar muito... e do nada, as luzes se apagam!

"em seguida, gritos humanos ensurdecedores...nessa hora firmei a guia de SUZY, ela não latiu porém fez força para gente não parar de descer. Começamos a discutir para não pararmos de descer mesmo no escuro, vamos devagar mas não vamos parar, as pessoas me enxergavam com ela, e nos seguiam."

"Descemos uns 20 andares agonizantes no escuro ainda, aí começamos a ter a sensação de estar chegando, mas faltava muito ainda.

"Já dava para escutar sirenes lá fora, muita gritaria, e a gente ainda não sabia de nada do que tinha acontecido. Uma aglomeração enorme de pessoas, umidade, e uma gritaria, que não dava pra entender nada do que estavam falando. Suzy nesse momento já nos liderava a descer no seu ritmo, algo inacreditável!

"No escuro ficou impossível, parecia que não ia dar..."

"Muito desespero, a escada não comportava, todos muito espremidos, muita umidade, fumaça, perdemos as contas dos andares, parecia de verdade que não ia chegar nunca mais!"

"Nesse momento SUZY diminui o passo, porém não parou, muita coragem a desbravar aquelas escadas, e nos guiar naquela escuridão. "

"Conforme foi aumentando a aglomeração, eu percebi que fiquei ao lado das mesmas pessoas quase todos os andares, elas sabiam que SUZY era minha CÃO GUIA!"

"Nos últimos andares, SUZY tomou a liderança da caminhada!"

Por fim, lembro do cheiro de poeira e do calor logo quando botei a cara pra fora do prédio!

Lembro também que eu e Suzy saímos andando normalmente, até que fomos abordados pelos bombeiros e não tinha dimensão nenhuma do que tinha acontecido. 

Michael nascido cego, e SUZY sua cão guia, salvou ele, mais dezenas de pessoas, nos ataques terroristas de 11 de setembro no World Trade Center. 
História real, SUZY meses depois se aposentou e foi condecorada pelo governador de Nova York.
Essa história virou livro. Nela aprendemos que nos momentos mais difíceis que descobrimos habilidades que jamais imaginamos que tínhamos. Aprendemos também, como a confiança entre tutor e cão pode ser algo tão profundo que pode se tornar algo inabalável, e a lealdade dos nossos cães para conosco, que, assustada, Suzy poderia ter corrido e se salvado primeiro. Porém eles não nos abandonam nunca.
  
Créditos:
https://www.amazon.com.br/Thunder-Dog-Story-Blind-Triumph/dp/1400204720

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